

Cinco anos depois de fundar a SerTãoBras, Gabriel Donato Andrade diz que se começasse hoje sua bandeira ainda seria apoiar os produtores do queijo artesanal de Minas Gerais, feito a partir de leite cru. Para este mineiro de Arcos, de 86 anos, acostumado a comer os queijos de seu Estado desde a infância, o pequeno produtor pode fazer um queijo bom no sabor e bom para a saúde. “E é um produto nacional, consagrado pela nossa tradição, e uma fonte de renda viável para o produtor”, diz ele.
Seu testemunho é uma prova de que ainda há bastante trabalho a fazer para que os bons queijos artesanais de Minas Gerais e de outros Estados produtores possam chegar à mesa dos consumidores fora de seus locais de origem.
Gabriel Andrade veio a São Paulo para conhecer a nova sede da SerTãoBras que mudou de Calciolândia – em Arcos, sua cidade natal – para São Paulo em 2012. Na visita, ele conversou com a equipe da SerTãoBras, revelou sua preferência pelo produto curado e degustou alguns queijos trazidos de Minas Gerais.
O sabor e o aroma dos queijos despertaram sua memória. Ele falou sobre o queijo que sua mãe fazia e que ele comia fresco quando criança porque na região de Arcos o queijo não curava, não havia ali o terroir para a devida maturação.
Gabriel Andrade disse também que despertou para a causa do queijo por influência da filha, Li An, com quem visitou em 2005 a cidade de São Roque de Minas, na Serra da Canastra e experimentou o produto da região.
– “Fomos visitar um produtor de queijo, Sr. Gaspar, e perguntamos a ele por que aquele queijo não se podia encontrar em São Paulo. Então eu soube que era ilegal, que o queijo só poderia chegar a São Paulo de maneira clandestina”, conta Gabriel Andrade. Ali a ideia da SerTãoBras começou a ser maturada.