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No Norte de Minas, em Itacambira, no sopé da Serra do Espinhaço, a avó de Natália Ferreira produzia queijos. Hoje a neta tem uma loja especializada (em Montes Claros) e o sonho de também produzir queijos, porque o jeito de fazê-los e maturá-los sempre a encantou: “o queijo que minha avó fazia e minha mãe teve a oportunidade de produzir é o verdadeiro queijo vivo, feito com leite cru, coalho de mocó, saber ancestral e tempo”, conta ela.

Fotos: Arquivo pessoal

Antes de contar a história da loja, a Queijaria Ferreira, Natália conta de onde vem sua paixão:

As vacas pastavam em capim nativo da região, eram mestiças, davam um leite gordo, ideal para produção de queijos. O coalho era produzido na própria fazenda, na época, a caça do mocó (roedor, que vive em áreas de serra) era destinada a alimentação da família e o seu bucho (estômago) utilizado na produção de queijos.

O bucho era lavado, colocava-se sal no seu interior e fechava, como uma bolsa, envolvia-o em palha de milho e deixava-o pendurado em cima do fogão a lenha para curar, lentamente com o calor do fogão, a fumaça e os aromas das comidas ali preparada.

O tempo de cura dependia do clima. O bucho estava pronto para uso quando estava bem sequinho. Só o olhar atendo e experiente era capaz de dizer a hora de usá-lo para fazer o coalho.

Após esse processo, retirava se um pedaço do bucho, colocava-o em um recipiente com água, e deixava de um dia para o outro. No dia seguinte, essa mistura resultava em um coalho natural, cheio de microrganismos favoráveis para coalhar o leite e fazer o queijo.

Utilizava-se cerca de uma colher de sopa para aproximadamente 30 litros de leite.

Após coalhado, a massa era espremida a mão em formas de madeira. O alimento então ganhava uma fina camada de sal e ficava ali até o entardecer, para só então ir repousar na prateleira com tábuas de madeira e ganhar com o tempo, sabor, textura e aroma.

O sabor do queijo ainda está na minha memória de infância”

Quando fresco, o sabor era suave e leve, lembrava o leite. Os dias iam passando, o queijo ganhando personalidade. Sua casca, que todos os dias ganhava um banho com água da bica, ia ganhando cor, ficando bem amarela, o interior macio, cremoso, derretia na boca.

Notas cítricas, de cogumelos, madeira e uma complexidade indescritível preenchia não só o paladar, mas as memórias que ficaram e me fazem lembrar com orgulho dessa história. “A minha mãe, com brilho nos olhos e saudade desse tempo, não de cansa de me contar repetidas vezes com orgulho esse jeito de fazer queijo”, destaca Natália.

A Queijaria Ferreira é consequência da trajetória de Natália no mundo do queijo, expressa os saberes e os valores da relação que ela construiu com a origem dos alimentos e com o campo.

A loja, que atua com vendas físicas e virtual, foi aberta em agosto de 2021. A física é em parceria com a Charcuteria Sagrada Família Jardins, onde há um profissional treinado e qualificado para a comercialização dos queijos.

Hoje, fruto dessa caminhada, a Queijaria Ferreira traz uma curadoria de queijos artesanais brasileiros única para proporcionar a experiência do gosto.

Os queijos do portfólio são resultado de muito estudo e pesquisa, representam a personalidade de cada queijeiro (a), sua relação com a terra e os animais. São únicos! Vivos! E representam o terroir de cada canto do Brasil. Promover a cultura de consumo do Queijo Artesanal Brasileiro, as histórias por trás de cada queijo, os sabores e encantar os queijólatras é o que move a equipe!

Fotos: Arquivo pessoal

“O queijo tem um significado muito importante para mim, e sempre esteve presente na minha vida, representa o resgate de saberes e a afirmação dos valores que aprendi com minha família”

CONTATOS

Natália Ferreira

Endereço: Rua Olímpio Dias Abreu, 107a, Jardim São Luiz, Montes Claros-MG

Telefone: (38) 99999-3049   

Instagram: @queijariaferreira

E-mail: queijariaferreira@gmail.com

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