Maria Fernanda Russo, é uma nova produtora de queijos autorais em Conceição do Mato Dentro, na microrregião do Serro. “O queijo mamão é todo feito manualmente, inspirado no cabacinha, batizamos ele pelo formato. É uma massa mais seca para aguentar a maturação natural, sem defumação, tipo provolone,” conta ela. A produtora pretende desenvolver outro queijo inspirado no queijo Minas artesanal. “Ele vai ser um pouco diferente, estou fazendo os testes” anuncia. (São de leite cru?)
A queijaria foi finalizada em dezembro de 2021, seguindo as regras do Serviço de Inspeção Municipal-SIM. “Iniciamos o processo em Conceição, mas nos transferiram para Guanhães. Estamos na revisão da boas práticas para o curral e ordenha e para qualidade da água, queremos fazer tudo corretamente” disse ela.
“Tenho um sócio para a administração da fazenda, que cuida da comida e boa saúde do plantel. Eu faço os queijos e cuido da ordenha junto com um vaqueiro.” No momento, ela ainda não está fazendo queijo para comercialização, somente os testes.
Trajetória
O pai de Fernanda foi um dos fundadores de um famoso laticínio em RioCasca-MG (Zona da Mata Leste de Minas Gerais), que fechou a unidade após ter sido comprada pela Perdigão em 2009. “Fui criada no meio dos queijos e doces . Além do lacticínio, minha família tinha uma fábrica de doces. As mulheres tomavam conta da fábrica de doces e os homens do queijo. Fui confeiteira por muitos anos. Depois da venda do laticínio, meu pai continuou fazendo os queijos lá no sitio. Eu já inquieta e querendo mudar de ramo me pequei do lado dele aprendendo a fazer queijo. Um dia ele me disse. “Esse queijo vai morrer nas minhas mãos ” e jogou o queijo pra cima. Imediatamente veio a ideia de abrir uma queijaria . Onde e como eu não fazia ideia. Mas fico feliz que tudo está se concretizando“
Diversidade do rebanho para enfrentar rusticidade do terroir
O gado é criado à pasto (?) na fazenda (nome da fazenda) de xx hectares. A altitude é em torno de 700 m, com verões úmidos e quentes e invernos secos e relativamente frios. O projeto é aumentar a produção de leite, que atualmente é de 80 litros por dia.
“Temos 61 vacas, 25 paridas com bezerros abaixo de 6 meses, sendo 13 bezerras fêmeas e 15 vacas prenhas de FIV fertilizadas em dezembro de 2021 pelo programa do Sebrae. E mais umas 5 ou 6 vacas prenhas de Guzjersey, mistura das raças Guzerá e Jersey para aguentar a rusticidade do nosso terroir. O restante é Girolando,” explica Maria Fernanda.
Livro “Os Queijos de Leite cru”, de Arnaud Sperat Czar, para download!
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