A história do queijo artesanal na Fazenda Ventura, no Serro, começou em 1940. “Meus pais faziam queijo minas, mas como sou entusiasta do produto, decidi continuar com o trabalho deles, para valorizar a história e o terroir da minha região. E para agregar valor decidi maturar os queijos.” explica Eduardo Pires, feliz com o resultado.
O queijo da Fazenda Ventura é feito simplesmente com leite, coalho, fermentos naturais, sal… e muito amor! Todo o leite é produzido na fazenda. São transformados cerca de 100 litros de leite cru por dia de um rebanho de raça Girolando. “Atualmente estamos com um touro Gir para melhorar a qualidade leite, pois sabemos que o leite de raças Zebuínas e seus cruzamentos dão queijos especiais, com altas taxas de proteína e gordura, o que resulta em sabores sem igual” acredita Eduardo.
A produção é toda familiar. Alice, esposa de Eduardo, cuida do controle de qualidade dos queijos e as filhas Shaila e Sâmara da parte administrativa e comercial. “Tratamos tudo com carinho, dentro e fora da queijaria, para que nossos queijos estejam sempre com altíssima qualidade em relação ao sabor, textura e aromas” detalha o produtor.
A fazenda está localizada em um ambiente natural único no país, no caminho entre Santo Antonio do Itambé e Serro, rodeada das vales, montes e matas preservadas que contribuem para a originalidade do sabor do queijo.
Boa ventura
O selo arte foi conseguido, por muito merecimento, no começo de 2021.
Quem já se empenhou em registrar uma queijaria artesanal sabe os espinhos encontrados na subida desta serra… É custoso, demorado e é preciso não desanimar frente a complexidade das leis.
Eduardo e sua família contaram com o apoio técnico de Catarina Pena e Luciana Campos , do Senar. “O fato de o produtor ser organizado, metódico, aberto às sugestões técnicas, acolhendo as pequenas reformas e adequações estruturais necessárias, facilitou o processo” disse ela.
Eduardo reforçou suas boas práticas e implantou o controle de qualidade da matéria-prima e o gerenciamento da produção para acompanhamento dos índices econômico-financeiros. A construção da queijaria e instalação do sistema de tratamento da água foram finalizados em 2021. Com o investimento, o retorno foi um aumento de 170% nas vendas. Para sua filha Shaila isso foi fundamental:
“Os consumidores passaram a elogiar muito a maciez e a textura. Se meu pai estivesse sozinho, talvez não teria ido tão longe. Abraçamos o sonho dele e hoje enxergamos tudo com visão de empresa. Cada um, com suas habilidades, agrega valor ao produto e é peça importante para avançar na comercialização do queijo. Temos muito orgulho da nossa história até aqui”.
Para chegar no sucesso, a família contou com o apoio do Sistema FAEMG/SENAR/INAES e do Sindicato dos Produtores Rurais de Serro, com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria. “Todo produtor deveria conhecer o programa. O trabalho dos técnicos é muito sério. Não tenho dúvidas de que o selo foi fruto dessas ações”, disse o produtor Eduardo Pires
Livro “Os Queijos de Leite cru”, de Arnaud Sperat Czar, para download!
Links
Previous
Next
A SerTãoBras é uma sociedade civil sem fins lucrativos, mantida por doações de pessoas físicas e jurídicas. Nosso site funciona como um thinktank, ou seja, uma usina de ideias para as questões dos pequenos produtores rurais brasileiros.