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“Vem pra Queijeira!”

É sempre com um alto astral inconfundível que os vídeos da Queijeira 504 convidam para conhecer queijos e outros produtos maravilhosos e depois finalizam com esta frase. E se o convite parece tentador para quem vê pelas redes sociais, imagina para quem está próximo a uma das lojas?

As irmãs Morais, Verlândia e Rayssa, poderiam ser “só” vendedoras, mas com tanta desenvoltura, simpatia e traquejo para a função, se autodenominam também “influencheeses”. E não é para menos. A alegria de trabalhar divulgando e vendendo queijos está estampada no rosto delas e de quem mais participa dos vídeos, que sempre vão além de sugestões: contam também histórias e curiosidades sobre os produtos e até cantam. O resultado é que a loja é um sucesso no mundo virtual e também no mundo real. 

Tudo começou com a ideia de abrir um espaço para comercializar os queijos de coalho e queijos manteiga da família Morais, produzidos desde 1943 em uma fazenda que fica na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, nos municípios de Serra Negra do Norte e São José de Espinharas. 

As irmãs Verlândia e Rayssa que começaram comercializando os queijos pela família, foram além e hoje propõem queijos artesanais do Brasil inteiro em suas duas lojas nordestinas.

Verlândia conta que o seu avô Antônio, conhecido como Pretinho, ensinou os modos de fazer bons queijos e a tradição hoje é seguida pelo seu pai, Geraldo Morais. Além da longa trajetória, seus queijos têm reconhecimento e acumulam prêmios em concursos nacionais.  

A marca 504 carrega um simbolismo especial não só pode remeter ao endereço da loja, mas também a uma referência afetiva, pois é a data de aniversário da avó de Verlândia. Para homenageá-la, seu Pretinho ferrava seu queijo de manteiga com a data 05-04, que posteriormente ficou 504. 

Em 2017, a família deu um passo significativo ao abrir sua primeira loja em Natal, capital potiguar.  Segundo a filha mais velha, este novo espaço não apenas trouxe seus queijos autorais para mais perto do público urbano, mas também se tornou um ponto de valorização da produção artesanal brasileira com o lema “terruá do Sertão”. 

Em 2024, as irmãs abriram uma segunda loja em João Pessoa, com Rayssa, a caçula, à frente da operação. Verlândia cuida sozinha da loja em Natal e ajuda a irmã na gestão na Paraíba. Com o mesmo conceito da primeira, oferecer queijos nordestinos e de todo Brasil. “Hoje trabalhamos com uma média de 260 produtores catalogados, que podem ser o ano todo e outros sazonais. 

As compras, para as duas lojas, são feitas juntas, mas divididas algumas vezes, principalmente devido a tributos entre estados, Paraíba e Rio Grande do Norte exercem taxas diferentes e fiscalização bem exigente. 

Do Nordeste trabalhamos com produtores da Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará, já trabalhamos com outros estados, mas os custos e a falta de reciprocidade por parte dos produtores não permitiu avançar”, detalha Verlândia 

Na loja não falta queijo Canastra e Mantiqueira, são os dois “estrangeiros” que puxam vendas. “Não falta no nosso balcão o nosso coalho e nosso queijo de manteiga, são os carros chefe de venda junto com os queijos de cabra da Paraíba”, disse a queijista.

A metodologia de curadoria é a mesma, garantem. “Nossa curadoria é cuidadosa e fomenta a diversidade e a qualidade da queijaria nacional. A seleção é feita priorizando agricultores familiares, cooperativas e associações de produtores. Quando conheço e gosto do queijo, busco o produtor e vejo referência de outros lojistas”, explica Verlândia. 

A loja de Natal tem 100m², sendo 35m² dedicados ao estoque e câmara fria. Em João Pessoa, o espaço é maior, totalizando 180m².  

O investimento na primeira loja soma mais de R$350.000 desde 2017, incluindo trocas de equipamentos e um novo veículo para entregas que são feitas em toda a capital do Rio Grande do Norte. 

Já em João Pessoa, o investimento na nova loja foi de cerca de R$200.000, pois o imóvel não precisou de grandes reformas e alguns equipamentos foram remanejados da loja de Natal. 

Verlândia conta que não para de investir em marketing, porque percebe o retorno com novos clientes constantemente.  O sucesso nas redes sociais fez aumentar não só as vendas, mas também o ticket médio, que fica em torno de R$150,00 nos dias de semana e aos sábados e domingos sobe para R$190,00. 

Ela propõe um box de cinco queijos por 100 reais todo mês, média de 800 g. O perfil de clientes é classe média e média alta e as lojas estão em bairros nobres: a de Natal em uma área administrativa e jurídica e a de João Pessoa em um bairro turístico bem próximo à praia.

Os queijos que mais saem na loja são os de produção própria (queijo de coalho e queijo manteiga) – até porque são os que mais têm giro no Nordeste, ao serem consumidos principalmente no café da manhã – e também porque existem parcerias das lojas com restaurantes. Mas as irmãs contam que tem crescido muito o consumo de outros queijos brasileiros, tanto de leite cru quanto pasteurizado. 

Combinando tradição e inovação, acreditamos que a produção artesanal pode se conectar com mercados modernos sem perder suas raízes”, enfatiza Verlândia.

Instagram: @queijeira504
Natal: Rua Jaguarari, 2454, Lagoa Nova
João Pessoa: Av. Nego, 581, Tambaú

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