A fabricação do queijo artesanal de Alagoa (MG) no Sítio da Onça é uma tradição que atravessa gerações, mantendo viva uma receita centenária de origem italiana e reconhecida mundialmente. A história começa com Pascoal Polpa, um sapateiro italiano que chegou à região há mais de um século, acompanhado de sua esposa, Luiza Altomare Poppa, professora. Encantado pelos pastos verdejantes de Alagoa, Polpa decidiu adaptar seus conhecimentos europeus à produção local, dando início a um legado que perdura até hoje.
“Ele foi o pioneiro na fabricação de queijos na cidade, e sua receita foi passada adiante, de geração em geração”, conta Adalberto Mendes de Barros, um dos herdeiros dessa tradição. Polpa se estabeleceu no Bairro Boa Vista, a 8 km do centro da cidade, e, em parceria com Gumercindo Ferreira Pinto e João Fonseca, impulsionou a produção queijaria local, combinando técnicas italianas com os recursos naturais da região.
Localizado no Sítio Barba de Bode, em Alagoa, o Sítio da Onça é o cenário perfeito para a produção do queijo artesanal. Com pastagens nativas, nascentes de água cristalina e uma altitude de 1.550 metros, o local oferece condições ideais para a criação de gado leiteiro e a fabricação de queijos de qualidade superior.
“O diferencial está na altitude e na pureza da matéria-prima”, explica Adalberto, que mantém um rebanho de vacas 3/4, alimentadas com pasto natural e capiaçú, além de ração específica. Diariamente, 500 litros de leite são transformados em queijos, seguindo os métodos tradicionais.
Em 2022, o trabalho de Adalberto ganhou destaque no Prêmio CNA, onde conquistou o terceiro lugar na categoria de queijos artesanais aromatizados e/ou condimentados. O produto mais vendido, no entanto, continua sendo o queijo tradicional – versátil, fresco e perfeito para acompanhar café, lanches e até sobremesas.
Os queijos fabricados no sítio, como o tradicional, são produzidos no próprio sítio com os 500 litros de leite coletados diariamente, das vacas de raça 3/4, um rebanho médio, que é alimentado por pastagens nativas e capiaçú, com ração leiteira.
Mais do que um alimento, o queijo de Alagoa é um patrimônio cultural, preservado por famílias como a de Adalberto. E, como ele mesmo diz:
Não deixe pra amanhã, o queijo que você pode comer hoje!