Tempo – Naturalmente Queijo

A Fazenda Tempo nasceu da união de um casal que viu na pandemia uma motivação para dar um novo rumo às suas vidas:

“Nós viemos da área jurídica e construímos nossa casa aqui no sítio, que é pequeno – conta com 1,6 ha. Somos apenas nós 2 (Mariana e Rodrigo, e agora com nossa bebê, Violeta). Quando nossa casa ficou pronta, em 2017, tivemos duas vaquinhas por hobbie, enquanto trabalhávamos na cidade. Fazíamos um queijo com processo bem empírico, de madrugada, antes de ir para o centro de Porto Alegre. No fim acabamos vendendo as vacas, mas ficamos com a ideia de fazer queijos um dia, pois queríamos viver daqui do sítio. Na pandemia, em 2021, fomos demitidos e pensamos: é agora. Um mês depois já estávamos com obra começando. Estudamos muito. E estamos sempre aprendendo.”

Mariana e Rodrigo produzem na área rural de Porto Alegre, “quase no nível do rio, em meio a bastante vegetação nativa”. Eles possuem 4 vacas da raça Jersey, que consomem predominantemente pasto (nativo e outros cultivares) e também silagem de milho e farelo de trigo. Hoje, elas tem a capacidade produção de até 100L de leite por dia, usados na fabricação de queijos.

A queijaria possui registro no SIF. E o casal se orgulha por serem a primeira queijaria do RS com registro de queijo autoral de leite cru.

Nós temos 5 rótulos ativos (Tuna, Temprano, 7 Luas, Florêncio e Berga). Mas o Florêncio é o queijo que define a nossa queijaria. Ele é a expressão do terroir e da sazonalidade dos micro organismos. Ele é de casca natural, massa crua, maturado por 60 dias e varia a flora durante o ano. É um queijo de mínima intervenção” nos conta. “Em todos os queijos utilizamos o soro fermento.”

Quando maturamos ele pela primeira vez (o florêncio), sentimos um cheiro bem característico quando fizemos uma das últimas viragens antes de terminar a cura. Guardei aquela informação. Teve um dia que choveu bastante e senti muito presente o mesmo aroma na terra. Foi aí que entendemos de fato o quanto o leite carrega as características locais.