Por Carlos Dória

Técnicos da  EMATER-MG têm se dedicado a caracterizar todos os aspectos da produção do queijo Canastra, inclusive o seu rebanho.
Sabe-se que no início da colonização o gado caracu era o predominante na região, passando-se com o tempo para a predominância dos  animais zebuínos de sangue Gir.

Hoje o rebanho bovino da Canastra é integrado também por  raças européias, principalmente o holandês, e tornou-se comum a produção de leite a partir de animais cruzados entre estas raças. Na região existem, ainda, criadores das raças Jérsei, Guzerá e Pardo Suíço, porém em quantidade não expressiva.

No conjunto, estima-se um rebanho de aproximadamente 264 mil cabeças, distribuídas em 4.813 propriedades rurais, onde a média é próxima de 55 cabeças por propriedade.

As espécies forrageiras mais comuns, nativas ou aclimatadas, são o capim meloso ou gordura (Mellinis minutiflora) e jaraguá ou provisório (Hyparrhenia rufa)  e a grama nativa conhecida como capim fino ou barba de bode.
As espécies forrageiras mais cultivadas são as Brachiaria decumbens e brizantha, os diversos Panicuns e os capins Napier e Cameron.

A vegetação arbórea do cerrado da região é marcada por espécies como a lobeira (Solanum lycocarpum), barbatimão (Stryphnodendron adstringens), ipês branco, amarelo e rosa (Tabebuia sp,), quaresmeira (Tibouchina sp), angico (Parapiptadenia rigida), aroeirinha (Lythraea molleoides), marmelada (Alibertia sessilis), embaúba (Cecropia hololeuca), sangra d’água (Croton sp), jacarandazinho (Dalbergia nigra), alecrim (Holocalyx sp), côco macaúba (Acrocomia aculeata), assa-peixe (Vernonia sp), além de mangaba, gabiroba, entre outras.

Com o melhoramento da produção individual das vacas, foi necessária a mudança da alimentação, sendo que hoje há predominância de pastagem formada com gramíneas mais produtivas, dos gêneros Brachiaria e Panicum.