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Data festiva em Jacaré Grande

por Robin Geld

Era 7 de setembro, e a festa a que fomos convidadas era da Nossa Senhora da Saúde,  uma das grandes da região.  Zé Américo nos levou, e Marlene e seus dois filhos nos acompanharam.

Na ida paramos perto da Sede em Mandassaia, e em conversa com moradares, ficamos sabendo porque achavam a cisterna em tal local necessária. “Além da água doce, assim não falta água para as crianças na escola, sempre.

A bomba do poço às vezes queima, ou falta eletrecidade. Não é fácil toda a criançada sem água, às vezes por dias”.

As mulheres com o jeito forte e simpático de muitos neste semiárido, falavam da vontade de poder fazer artesanato, havia promessas de aulas, será que viriam? Quando estávamos para ir, queriam que ficássemos mais um pouco, “É tão bom conversar com gente de fora, poder falar do que a gente pensa e ouvir o que elas pensam, trocar idéias”…

Paramos ainda numa casinha ao longo da estrada em que havia parabólica, mas nenhuma cisterna. Não ganhou ainda, mas não perdeu esperança.

Ao longe, em algum lugar, chovia. Vimos um arcoíris.

Vinham de todos os cantos, a pé, a cavalo, de ônibus, para a festa em Jacaré Grande, povoado de 4 ou 5 casas, e a igrejinha da Nossa Senhora da Saúde. Vinham para se reunir, festejar, agradecer por graças concedidas, fazer pedidos. Estátuas de todo tamanho da Santa ã venda em barraquinhos, beju na pedra… Final da seca, as chuvas por vir. Perto do povoado passava o rio Gorutuba, no momento bastante baixo, parecia mais córrego do que rio.

Na volta, passamos por algumas poças de água na estrada. Perdemos a chuva, mas havia chovido! Tiramos fotos para comprovar o que ninguém acreditaria ter acontecido.

Milagre?  Santiago escreveu para a Sertãobras meses depois, informando que choveu todo o mês de outubro, havia muito muito tempo desde que isto não acontecia na região.

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2 Comentários

Paulo Afonso silva
23/04/2012 a 16:25

Que coisa prazerosa ver que tem alguem com poder verdadeiro olhando pela banda de la. Senti saudade e chorei sozinho, pois me fizeram lembrar de coisas da minha infancia, moravamos no Angico,( Faz. do Sr. Bebeto Bahia), a nossa diversao era a epoca da festa do Jacare Grande, papai liberava cavalos para irmos, somente nesta festa; O que tera sido de Mateuzao(melhor vaqueiro do alagadiço), Mansueto(Oficial de traçador), Aprigio(nunca usou calçado, calças, camisa, vivia de calçao de saco de açaucar, caçador habil, matador de codorna com pirata).

    24/04/2012 a 10:03

    Olá Paulo, ficamos felizes em ajuda-lo a se recordar de memórias tão bonitas. Continue acompanhando as notícias de nosso site e sinta-se convidado a sempre deixar comentários e sugestões. Sua opinião é muito importante para nós e nos dá mais impulso para continuar a caminhada.

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