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Injustiça queijeira no Nordeste

Com muita tristeza recebemos a notícia que os queijos do Laticínio Grupiara, de propriedade da família do nosso associado Joaquim Dantas, da Queijaria Carnaúba, foram apreendidos em um ato arbitrário de injustiça por parte da Vigilância Sanitária.

Os queijos estavam nesse lindo quiosque do shopping Rio Mar em Recife PE. A alegação é que a queijaria não tem registro nos órgãos de vigilância sanitária.

Queijos apreendidos. FOTO: Joaquim Dantas

“Está certo, não temos mesmo! Por vários anos lutamos pela regulamentação do queijo artesanal brasileiro, em 14/06/2018 conseguimos a aprovação da lei do Selo Arte, no dia seguinte como está registrado , demos entrada no nosso requerimento, até hoje não obtivemos resposta alguma do órgão competente” disse Joaquim.

Infelizmente, é isso que acontece. O produtor fica meses e até anos esperando a visita de um fiscal agropecuário para certificar sua produção. Joaquim mesmo requereu sua certificação para o Selo Arte no dia seguinte da aprovação da Lei, dia 15 de junho de 2018. E continua aguardando.

Esses fiscais não conseguem atender todos os pedidos e o que acontece é que o produtor fica marginalizado, na clandestinidade, sem poder tirar nota fiscal, sem pagar imposto, sem poder transmitir para o consumidor que seu produto é sadio. Enquanto isso, o animal não para de dar leite. E precisa ser alimentado. Como o produtor pode sobreviver num cenário tão desfavorável?

“Mil vezes enfrentar um período de seca porque é uma luta justa e honesta! Aos nossos clientes pedimos confiança, nossos produtos são saudáveis , não fazem mal algum, ao contrário, nossos animais são muito bem alimentados e tratados. Carregamos nosso sertão pra onde vamos, colocamos nossa natureza ao máximo em nossos queijos e em todo nosso trabalho, porque faz bem e é bom. Todos se encantam com a brasilidade deles a ponto de conquistarmos vários prêmios no Brasil e fora dele” disse Joaquim indignado.

A Associação SerTãoBras repudia essas ações que só colaboram para o atraso da vida dos produtores rurais brasileiros e ações jurídicas serão iniciadas contra essa prática abusiva de poder por funcionários públicos do governo.

“Ter nossos queijos presos pesa no nosso bolso , mas não pesa na nossa consciência! Há de chegar um dia que o Brasil oficial será em função do Brasil real , que trabalha e produz , aí sim seremos uma grande nação.

Joaquim fez imediatamente um ofício ao secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, pela USALV de Taperoá/Paraíba requerendo urgência para certificação de seus produtos.

A Fazenda Carnaúba de Taperoá, no sertão da Paraíba, é reconhecida pelo seu excelente trabalho em prol da seleção genética de cabras, ovelhas e vacas rústicas. É também um símbolo da resistência queijeira nordestina. Seus produtos seus apreciados em todos Brasil e estrangeiro pela sua qualidade e sabor únicos.

“Enquanto isso pedimos com todo respeito a chegada do fim essa batalha, não queremos confronto com governo , ao contrário , precisamos do apoio , do amparo e estímulo do estado brasileiro” finalizou Joaquim.

Veja fotos da Fazenda Carnaúba:

Fazenda Carnaúba Taperoá

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2 Comentários

Carlos Henrique de Mendonça Pereira
03/02/2020 a 19:45

Amigo Joaquim, me solidarizo com vc e com todos do Laticínio Grupiara e Fazenda Carnauba, pela arbitrariedade desses fiscais daqui do Estado de PE, é uma vergonha que atitudes mesquinhas como essa praticadas desses Governos Estadual e Municipal daqui de PE, visem auferir lucros com práticas dessa natureza. A grade parte da população de PE, que conhecem os produtos do Laticínio Grupiara e que apreciamos, incluindo eu e minha família, não concordamos com tais práticas. Esperamos que esta situação seja resolvida o mais rápido possível. Me coloco à sua disposição.

04/02/2020 a 05:47

Matar um porco ,fritar bem frito e tirar a banha coloca numa lata com a carne frita ,um pão assado em forno de barro,e fermento de litro que a minha mãe guardava ,deixava o leite coalhar de um dia para o outro ,pra tirar a nata e fazer manteiga,e a coalhada era uma delícia para comer com um pouco de açúcar,minha avó fazia os queijos,uma delícia que a gente comia com doçe de goiaba,até mesmo com rapadura que meu pai fazia,e os bolos feitos com polvilho de mandioca ,tudo isto era feito de forma artesanal,sem conservante,sem corantes,sem aditivos,sem água oxigenada,sem peróxidos,sem os hidróxido e tantas outras misturas que tem os produtos fabricados em sua maioria dos tempos atuais ,que só pensam no ganho fácil ,no lucro ,não se importam com a saúde dos consumidores e os seus produtos estão dentro das leis ,normas,e portarias que regulamentam a suas fabricaçoes,e distribuições ,aí vem uns fiscais da vigilância sanitária sem conhecimento de causa,sem saber da luta dos produtores de queijos artesanais de todo o Brasil para terem uma lei que regulamente os seus produtos,luta de várias décadas,e até que conseguem uma lei ,um selo,para poderem vender os produtos artesanais derivados do leite,só que demora até sair o tal documento ,mas se já deu entrada da documentação ,a vigilância sanitária deveria entender que os fabricantes de queijos estão dentro da lei,e até chegar a autorização do selo,os produtos tem que serem comercializados”vaca da leite todo dia,é a fabricação de queijos artesanais tem mais de um século no Brasil,todos querem se organizarem e seguir as normas da nova lei,mas tem que terem paciência os fiscais até tudo se ajustarem ,são mais de 170.000 fabricantes de queijos artesanais em todo o território brasileiro,não é da noite pro dia que vai estar todos com a tal do selo,Nos da Coalhopar,samos solidários ,a todos que amam a arte de fazer bons queijos…

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