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Os caubóis da coalhada de Miami: o queijo de leite cru é a nova cocaína?

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398 caixas de queijo não-pasteurizado foram apreendidas

Em 18 de dezembro de 2010, um navio de carga chamado America Feeder chegou no porto de Miami, nos EUA, vindo da Nicarágua. As autoridades federais estavam investigando secretamente o contêiner ARLU 5102167.

Cinco dias depois, o contêiner foi conectado em um caminhão e seguiu, com agentes em seu rastro, para uma facilidade de armazenamento de frios. Um homem e uma mulher entraram em cena. Foi aí que os agentes federais apareceram e confiscaram a carga ilegal.

O serviço de imigração americano e os agentes alfandegários escoltaram o caminhão para um depósito do governo, onde abriram o contêiner e examinaram seu conteúdo. Como suspeitavam: 398 caixas de puro queijo não-pasteurizado.

A alfândega americana e a Food And Drug Administratios (FDA) – orgão regulador da alimentação no país – estavam atrás desta ação por um bom tempo. Yuri e Anneri Izuriete, marido e mulher, donos da Naver Trading Corp, foram notificados por tráfico de queijo nicaragüense não-pasteurizado, que, segundo o indiciamento, pode contar doenças como E. coli. O casal Izurieta mentiu na ficha da alfândega, dizendo que o carregamento continha “pedaços de queijo suave para cozinha” e “leiteiras”.

Eles foram notificados pelas autoridades sobre a importação ilegal e admitiram no interrogatório que venderam “um carregamento de mais de quatro toneladas de queijo importado, contaminado de E. coliStaphylococcus aureus”, segundo os agentes federais. No dia 12 de maio deste ano, o casal foi condenado em seis acusações de contrabando. E podem enfrentar 20 anos de cadeia por cada acusação. O advogado deles não retornou nossa ligação para comentar o caso.

Em dezembro de 2009, o FDA ordenou que outro casal – Francisca Josefina Lopez and Jorge Alexis Ochoa Lopez – que devolvessem mais de 1.600 caixas de queijo da Nicarágua, no valor de US$ 322.000 depois de testá-los positivos para a bactéria S. aureus. Ao contrário, o casal resolveu substituir o queijo por sacos com água suja, para que o peso fosse o mesmo. Eles foram sentenciados a 45 dias de prisão e dois anos de liberdade assistida.

Mas por que eles estavam tão desesperados em liberar o produto? “Ela estava pressionada pelo vendedor na Nicarágua”, disse Francisca aos agentes federais, “porque o queijo havia sido dado a ela em crédito e o pagamento estava se aproximando”.

Tradução Gustavo Perucci

 

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