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Queijo de Minas no foco do mundo

Produto feito artesanalmente na Serra da Canastra será vedete de programa australiano especializado na iguaria e exibido em 22 países

por Marinella Castro, do jornal Estado de Minas (20/4/2013)

Depois de ser tombado como patrimônio do estado e do país, o queijo artesanal feito em Minas vai ser a grande estrela do programa australiano Cheese slices, série internacional focada em queijos produzidos a partir do leite cru, e transmitida para 22 países. Comandado por um superespecialista no assunto, o australiano Will Studd, o Cheese slices escolheu o templo do queijo canastra para iniciar suas filmagens. No Mercado Central, Studd, que veio ao Brasil atraído pelo produto mineiro, experimentou um típico queijo meia-cura e aprovou. De certa forma, sua observação traduz o paladar do mineiro, que só no Mercado Central garante a venda de mais de 5 mil quilos de queijo por dia: “Muito bom. O gosto é intenso e pode ser um queijo muito viciante. Uma vez que você prova é difícil parar de consumi-lo.”

Os queijos artesanais de Minas farão a abertura da nova série de episódios do Cheese slices que vai ao ar no ano que vem, mostrando produtos de outros sete países. O programa já foi assistido por 35 milhões de espectadores e traduzido para 11 línguas. “Viemos até o Brasil para provar o queijo canastra e mostrar ao mundo esse produto”, diz
Studd, que há mais de três décadas trabalha como especialista em queijos e já foi premiado pelo governo francês. Ele elogiou o sabor diferenciado de todos os produtos que provou, inclusive do requeijão com raspas.

“O queijo canastra representa as regiões onde é fabricado, a habilidade dos fazendeiros, a variedade da produção, a história, garante a continuidade da agricultura familiar e mantém a identidade de toda uma região. Veja bem, ainda assim é ilegal”, diz o especialista australiano defendendo o processo de fabricação, que em alguns países, como o Brasil, esbarra na legislação.

No ano passado, a Lei Estadual 14.185, que proibia a venda do queijo meia-cura, foi revogada pela Lei 20.549. As regras sanitárias foram mantidas, mas o queijo, que representa 99% da produção do estado, antes proibido, poderá ser comercializado após regulamentação do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O órgão trabalha em pesquisas para definir a partir de quantos dias de maturação o meia-cura poderá ser liberado para a venda. “A lei estadual legaliza o comércio dentro do estado e deve ser regulamentada no ano que vem”, explica João Carlos Leite, produtor e presidente da Associação de Produtores de Queijo da Serra da Canastra.

Sem balança que dê a medida exata da produção artesanal, a receita passa de pai para filho nos quatros cantos de Minas. Com 27% da produção nacional, o estado é dono da maior bacia leiteira do país e também é o maior produtor de queijos a partir do leite cru. Aluísio Marques, consultor da ONG SerTãoBras, trabalhou em um levantamento da produção e estima que no Mercado Central mais de 5 mil quilos de queijo sejam vendidos por dia. “Minas sempre viveu o conflito da liberdade responsável com o controle excessivo.” Que o diga Cláudio Costa, que antes de nascer estava no Mercado Central, onde sua mãe, grávida, já vendia os famosos queijos no comércio da família, a Casa Costa, fundada em 1958. “Em dias de movimento chegamos a vender 300 quilos por dia. A prateleira rapidamente fica vazia.” Edmilson da Fonseca, que trabalha há 13 anos na Queijaria Salim, confirma o sucesso do queijo.

“Mesmo com uma lei que proíbe a venda do queijo, olhem para isso, os consumidores garantem o mercado e compram”, comemora o apresentador australiano. O empresário Breno Castilho se considera dependente do queijo artesanal mineiro feito na Serra da Canastra. “Tem sabor diferenciado. Já visitei a região onde é feito e fiquei impressionado com a dedicação e carinho dos produtores.” A série Cheese slices está no ar mostrando a rota mundial do queijo desde 2004. “Quanto mais artesanal, mais sabor”, garante Studd.

Veja a matéria original

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2 Comentários

Luiz Antônio Furtado
22/04/2013 a 19:26

Gostaria de ver o filme do forno de barro e a fabricação do pão de queijo por d.Arlete.
Thanks

ADALTON SOARES DA COSTA
22/04/2013 a 23:15

Sou produtor na Canastra, conheço os queijos vendidos como canastra no mercado central, e podemos afirmar que das 5 toneladas diárias, quase nada vem da canastra, não que os queijos não sejam bons, são bons, mas quase nada vem da canastra, não temos costume de vender para o mercado central,infelizmente, nossos queijos são mais curados, os que vemos no mercado central são brancos, muitos apenas levam no nome canastra indevidamente, só existe uma região que produz canastra!
Lembramos que o queijo para ser Canastra precisa tem em seu rotulo a origem, que é nos municípios, São Roque de Minas, Vargem Bonita, Medeiros, PIumhi, Bambuí, Tapiraí e Delfinópolis apenas!Qualquer outra origem, é artesanal mas não é Canastra!
Região já divulgada pela Sertãobraz, que somos muito gratos!
Att.
Adalton S. Costa.

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