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Semiárido das cisternas: benefícios, durezas e graças

Por Robin Geld

Mandassaia e Tracbel já assentavam 200 famílias, em lotes de 40 hectares cada. Haviam 11 poços artesianos dos quais o pessoal se utilizava, em geral às duras penas, tendo muitos que se deslocar longas distâncias fazendo carregamentos em carrocinhas puxadas à mão. O acesso, mesmo dos mais próximos aos poços, ainda era precário, mangueiras que entopem, bombas que queimam. Os poços variavam em grau de salobridade.

Todos tinham sido beneficiados com luz pelo programa “Luz para Todos”, marca evidente deste progresso sendo as parabólicas a aflorar, mais até o momento, do que as cisternas. Contavam ainda com bolsa família e cesta básica. O ônibus escolar passava na estrada principal. Havia um programa em desenvolvimento de incentivo ao cultivo de verduras e frutas com compra garantida na escola, e em Janaúba.

Quanto à eficácia das cisternas, resumiu Alonso: “Aqui na região chove de novembro a abril, com precipitação média de 800 mm. Chuva mais do que suficiente para encher uma cisterna de 16.000 litros tendo uma casa de 40 m² com cobertura de telhas de cerâmica.  O suficiente, sem desperdícios, para uma família de cinco beber e cozinhar até a próxima chuvarada de outubro”.

Acrescentou um técnico, “Ter a água doce das chuvas não só assegura melhor saúde para as crianças, como leva a uma experiência de solidariedade e civismo que abre portas para o pessoal. E eles têm mais tempo para investir esforços em lavouras”.

Acompanhados pelo pessoal animado, fomos olhar de perto a 1a cisterna. Em resposta à pergunta se as cisternas eram necessárias, se realmente ajudariam, afirmou uma mulher, “Ah, com certeza. É benção ter água doce de beber, poder guardar as águas das chuvas deste jeito para a seca toda, nem dá para acreditar!”  Acrescentaram outras, “É bem melhor para lavar o cabelo, a água salobra é muito dura”.  “E é boa para cozinhar o feijão, não fica encroado!”

Olegário, mestre de obras, que vinha trabalhando com 15 pedreiros e seus devidos ajudantes, a mãe e filha cozinhando para o pessoal para assegurar boa comida e motivar o trabalho, disse ter aprendido muito com a experiência. Não só do sofrimento que as pessoas passam sem água ao pronto alcance, mas da construção das cisternas… Era uma satisfação fazer parte do fornecimento deste benefício.

Concluiu Alonso, “Há muitas crianças e a água dos poços é muito pesada (salgada). Por isso, muitas famílias buscam água de beber em Janaúba, distante 53 km. Portanto, a doação de GDA tem um valor inestimável”.

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