Os Associados da Sertãobras, do Núcleo Bahia, do “Sítio Capão II, produtos Alto da Chapada“, foram escolhidos pelo BNB – BA, da região da Chapada Diamantina, na cidade mais alta do NE (1.280m), Piatã, por seu “terroir” característico, como projeto modelo a ser contemplado com uma premiação de reconhecimento ao mérito do trabalho ali realizado.
E, em Junho de 2024, o casal foi premiado devido a ideia modelo. O casal Marnilson e Aumerinda, foram a Brasília-DF receber o mérito pelo excelente trabalho e dedicação das mãos do Presidente Lula.
Deixando claro e evidente que é possível, quando se conciliam tecnologia, espécies, ambiente, capacitação, vontade e desejo, realizar no setor primário uma revolução e mudança de paradigma.
Ficando claro que se instituições, autarquias, agentes públicos soltarem as amarras, hoje existentes, podem sim serem multiplicados modelos como este do Sítio Capão II em Piatã-BA, podem ser desenvolvidos por toda a Bahia, por todo o nordeste e por todo o Brasil.
O modelo de caprinocultura leiteira familiar, desenvolvido em dois hectares, que cria 70 animais em semiconfinamento, e produz 70% do alimento na propriedade em 80% do ano. E transforma a matéria prima em produtos artesanais, processados com carinho, higiene e amor, como que fazendo-o para a familia se alimentar, e vendendo excedentes, aos amigos e parentes nas feiras livres dos municípios do entorno.
Agregando, assim, valor a matéria prima, aumentando a janela temporal, para comercialização destes derivados da produção animal. Agregando valor, vendendo os produtos processados diretamente ao consumidor, eliminando intermediários e garantindo uma receita familiar que mantém a família de 7 pessoas, provendo 70% da receita, desse modelo sustentável familiar. O projeto todos os membros da família, evitando que abandonem a propriedade rural familiar em busca de receita para sobrevivência em cidades maiores, o que acarreta em aumento do êxodo rural e agrava os problemas nas grandes cidade. Além do fato, de deixarem, ao partir, de continuar a nos prover de tais iguarias de tamanho prazer ao serem, por nós, degustados.
Apesar do reconhecimento concebido ao casal, faz-se necessário ações concretas de transferência de tecnologia, ajustes na legislação de POA – Produtos de Origem Animal, no olhar da Inspeção Sanitária, das Instituições Financeiras de fomento da Agricultura Familiar e etc. Para não apenas, “sair bem na foto”, mas soltar as amarras, de fato!
Desde 2016, nas andanças pela Chapada Diamantina-BA, nos da Suporte Assessoria Veterinária, incentivamos mais de 6 projetos similares como este, que foram iniciados, mas por mérito próprio dessa família, persistentes e com resiliência, contra tudo e todos os obstáculos, não desistiram.
Diferente dos demais que foram vencidos pelas dificuldades burocráticas, barreiras de exigências, descabidas para o modelo proposto.
Ficando aqui a reflexão desprovida de ideologias, para os homens e mulheres de bem, principalmente os com “a caneta” na mão!
Seria justo e oportuno, se fomentar modelos similares?
Só a BA, tem, segundo o IBGE, mais de 700 mil pequenas propriedades familiares, hoje impossibilitadas de entrarem no mercado formal. Muito foi feito, e avanços foram alcançado, mas “no passo do jegue”, curto e lento. Passaram-se 8 anos. E este modelo representa o que nós do Núcleo Bahia da Sertãobras acredita.
Esperamos com estas poucas palavras de reflexão, não deixar a chama dessa esperança é convicta certeza de que é possível! Que as pessoas certas, nos lugares certos, desprovidos de conceitos engessados, pensem neste exemplo e ajam com hombridade, e façam o que estiver ao alcance do seu cargo, e sejam mais uma das pequenas peças de uma grande engrenagem, bem azeitada na hora e no lugar certo.
Sem mais, por hora.
Atenciosamente
Paulo José Theóphilo Gertner o Zeca Veterinário da Suporte Assessoria Veterinária da Bahia e Caprinocultor desde 1983, Aprendiz de queijeiro.