Das lembranças das ferrovias no Brasil e do desejo das novas ferrovias
Por Gabriel Donato Andrade
11 de novembro de 2009.
Na Europa, eu acho a quinta maravilha viajar de trem, com segurança. Lá o luxo é seguro, ao contrário do Brasil, onde os aviões cancelam o vôo por mau tempo, não há compromisso com o passageiro. As ferrovias na Europa levam muito a sério o horário, meus parentes mais velhos diziam que na Alemanha se podia até acertar o relógio pela chegada do trem, era um minuto de precisão.
Quando eu era jovem, viajei muito em ferrovias, porque antes do governo de Juscelino Kubitschek havia poucas estradas no Brasil. A Rede Mineira de Viação era uma malha ferroviária que chegou a ter 3.900 km de extensão e transportou cerca de 3,5 milhões de passageiros em 1952. Embora estes números pareçam grandiosos, era um transporte muito deficitário, avacalhado mesmo. São Paulo também tinha trens de ferro para passageiros e no Rio de Janeiro havia a ‘Rio-Petrópolis’, que foi construída pela família real.
Eu viajei muito em ferrovia no Brasil, mas não tinha horário, porque as ferrovias eram muito mal cuidadas quando chovia. A maior parte da malha ferroviária do Brasil extinta oficialmente em 2007 foi cedida para empresas estatais e privadas fazerem transporte de carga, principalmente de minério.