Por Carlos Cambraia
Hoje nos deslocamos para a cidade de Pau, onde fomos recebidos na Direção do Serviço Veterinário (DSV) pelos técnicos Elise Fuzeau e Frederic Bertassi. A DSV fiscaliza fazendas, indústrias e pontos de manipulação de alimentos como restaurantes e açougues.
São 1200 criatórios de pecuária leiteira, 9000 de pecuária de corte, 4200 criatórios de ovelhas para leite e mais criatórios de suínos e aves. São 80 técnicos e veterinários, sendo quinze para defesa sanitária, quinze para manipulação de alimentos, 40 para abatedouros e o restante para outras atividades. É permitido abater na fazenda aves e coelhos. Suínos e bovinos somente em abatedouros maiores, que possuem fiscalização permanente. Os abatedouros das fazendas são inspecionados periodicamente, dependo do tamanho e solicitações dos produtores.
O controle de qualidade é feito pelos próprios produtores e, a qualquer sinal de problema, solicitam uma visita do técnico da DSV. O que chama atenção é o relacionamento entre fiscal e produtores. Não há aplicação de multas e os fiscais são acionados pelos próprios produtores ao primeiro sinal de problema. Eles auxiliam no processo de correção dos problemas. O departamento possui um total de 500 produtores de queijo na fazenda e 30 estruturas de maturação. Deste total, 350 seguem as normas européias e podem comercializar seu queijo em todos os países da União.
Segundo Bertassi, a principal dificuldade encontrada durante o processo histórico foi a adequação dos produtores a legislação. Para ser vencida foi necessário muita vontade política e concessão de subsídios aos produtores. Há 20 anos eram 10 produtores legalizados. Hoje são 350. A legislação é adequada à realidade dos pequenos produtores por meio de instruções normativas que definem exceções às regras previstas nos regulamentos. Ele acredita que o caminho para que a parceria Estado-Produtor funcione é a capacitação de todas as áreas envolvidas e que o relacionamento entre eles tem que ser bastante estreito.