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O tataravô do João veio de Carrancas – Minas Gerais, visitar uns parentes e lá conheceu Dona Messias, filha de uma família abastada da região de Serrinha, município de São Roque de Minas. Anos depois se casaram e iniciaram a produção de queijo na Canastra. 

A paixão do João e da Maria José pelo queijo e por manter viva a cultura de suas famílias, fez nascer há mais de vinte anos a Roça da Cidade: uma fazenda produtora de Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra. A localização próxima à cidade rendeu um apelido carinhoso pela família que acabou inspirando o nome da fazenda, que está no município de São Roque de Minas – Minas Gerais, ao sopé da Serra da Canastra. 

Hoje, o filho mais velho, Hugo, arquiteto por formação, dá continuidade a essa paixão de cinco gerações, transformando aquilo que era para ser um hobby em um negócio, desenvolvendo sistemas e processos que melhoram a eficiência e qualidade, sem perder a essência e tradição.

Verdadeiras obras de arte feitas a mão a partir do leite cru ordenhado diariamente na própria fazenda, proveniente do rebanho de vacas das raças Girolando e Caracu alimentadas à pasto.

Os queijos são produzidos em pequenos lotes (30 a 35 peças por dia) respeitando os quatro únicos ingredientes tradicionais – leite cru, coalho, pingo e sal. Receita da família, aprimorada pelas técnicas de higiene e boas práticas de fabricação para garantir um produto de alta qualidade. 

Na Roça é produzido o famoso Canastra Real, de seis quilos e que consome cerca de 65 litros de leite na fabricação, além dos queijos Merendeiro (cerca de 4 litros) e Tradicional (cerca de 12 litros).

“Tudo é feito com calma e paixão, com Indicação Geográfica protegida por lei” diz Hugo Leite, filho de João que atualmente trabalha com o pai e assume a continuidade da tradição.

Queijo Canastra de terroir

Não só o clima e a localização fazem a produção da Roça da Cidade ser tão particulares, o queijo é maturado na própria fazenda antes de ser vendido, o que permite o desenvolvimento de uma casca e textura particular através da ação da microflora natural da Serra da Canastra, conferindo ao queijo identidade e sabor. Existem peças que são maturadas por um ano e até um ano e meio, adquirindo um sabor mais forte e peculiar.

A queijaria segue as normas de qualidade regulamentadas pelo IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) e possui o SELO ARTE, que permite a comercialização em todo o território nacional.

Com tanta proximidade com São Roque de Minas a fazenda não podia deixar de interagir com a população. Em um projeto realizado pela Cooperativa Educacional de São Roque de Minas a Roça da Cidade abriu suas portas para jovens e crianças aprenderem mais sobre suas raízes, disponibilizando sua queijaria para eles colocarem a “mão na massa” e produzirem o queijo da Canastra pela primeira vez.

“O resgate da história da produção do queijo artesanal está contribuindo para a elevação da autoestima das pessoas que hoje percebem uma grande oportunidade de geração de renda e melhoria da qualidade de vida de nosso povo” conta Maria José, diretora da Cooperativa Educacional de São Roque de Minas e esposa de João Leite. 

A Roça é aberta para visitação durante todos os dias do ano e conta com infraestrutura para receber grupos maiores e interessados em conhecer a história do queijo, seu processo de fabricação e outras curiosidades da luta dos produtores de queijo da Serra da Canastra. Os queijos também podem ser enviados via Correios e transportadoras ou podem ser encontrados nos parceiros espalhados por todo o Brasil.

História

João Carlos Leite liderou a luta pela legalização do Queijo da Canastra. É um dos ativistas, resistindo em manter a qualidade do seu leite e seu queijo. Motiva os produtores da Serra da Canastra a fazerem cursos de maturação e melhorarem a identidade visual dos seus queijos. Sua maneira simples de viver e preservar a cultura do queijo artesanal – que hoje pode ser considerado em extinção – ajuda a luta dos produtores da Canastra para manter viva essa história.

Rastreabilidade

No dia 19 de fevereiro de 2019 foi lançado o uso oficial das Etiquetas de Caseína para identificação dos queijos da Canastra, que é a primeira região brasileira a utilizar oficialmente esse tipo de ferramenta de rastreabilidade. 

A etiqueta, que é comestível, é elaborada a partir de uma proteína retirada do próprio leite. Ela é colocada no queijo no momento da fabricação, o que garante que somente os queijos produzidos na Região do Queijo da Canastra e que seguem o modo de produção indicado pelo regulamento de uso e possuem situação regular nos órgãos de inspeção podem utilizá-la. Ao identificar o queijo da região, o selo dificulta que produtores de outras regiões utilizem o nome Canastra indevidamente. 

Os três primeiros dígitos do código contido na parte inferior da etiqueta indicam o produtor, o da Roça da Cidade é o 001, e os cinco últimos o queijo em si. Nesse site é possível digitar o código do queijo que você comprou e ter acesso às informações, garantindo ao consumidor a rastreabilidade e origem do produto.

Oficina para crianças na Roça da Cidade.

Crianças da Canastra aprendendo a fazer o queijo.

Pontos de venda

>> Queijo com Prosa
>> Armazém São Roque
>> Casa Bonomi

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