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II Prêmio Queijos do Brasil recebe mais de 4 mil pessoas e 234 queijos

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Por Leila Passil, 30 de outubro de 2016

Foram três dias de festa consagrada ao queijo artesanal brasileiro em São Paulo, entre 25 e 27 de outubro de 2016. Durante a programação de palestras, uma feira de comércio de queijos bem convivial reuniu produtores vindos de longe e consumidores urbanos. O evento foi coroado com um concurso que avaliou 234 queijos vindos de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraíba, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Ao todo, 182 queijos receberam medalhas de ouro, prata e bronze.

A segunda edição do Prêmio Queijos do Brasil vem mostrar que o mercado artesanal ganha força e reconhecimento. A iniciativa foi de quatro comerciantes de queijo: Bruno Cabral da loja Mestre Queijeiro, responsável pelo concurso, Falco Bonfadini, da Galeria do Queijo, coordenador da feira, Daniel Martins, da Queijo com Prosa, que animou as redes sociais e Bruno Garcia, dos Legítimos Quitutes de Minas, que assessorou todo o processo. Eles contaram com o apoio de um gringo americano de alma carioca, apaixonado por queijos -Daniel Strongin, e receberam o apoio do Sebrae e da revista Prazeres da Mesa para realizar o evento, que aconteceu no Etec Santa Ifigênia.

A feira de queijos, que em 2014 tinha apenas duas bancas, teve 14 bancas de queijo dessa vez. Falco organizou a vinda dos produtores, que trouxeram queijo para vender à vontade, com uma máquina de cartão vinculada a conta bancária de cada um deles. O objetivos era fazer contatos com compradores potenciais, como restaurantes e hotéis.

O Sebrae ajudou a custear as viagens de comitivas de quatro associações de Minas Gerais. Outros produtores também montaram lojas, como Heloisa Collins, com queijos de cabra, Martin e Maristela da fazenda Santa Luzia, de leite de vaca, Diego caseirinho de São Carlos, Gerson Bezerra, com o queijo coalho do Ceará, Stefano Pollaccia, italiano que produz em Cuiabá, os “queijos com sotaque” de Elisabeth Schober, o queijo d’Alagoa do Osvaldinho, queijos frescos da fazenda Atalaia, de Paulo e Rosana Resende, de Amparo. Os do Espírito Santo quem trouxe foi o italiano Amedeo Mazzocco, da Artelatte e não faltaram o Pardinho artesanal e a Leiteria Santa Paula, também de São Paulo.

O organizador das palestras,Daniel Strongin, é consultor de queijo artesanal há mais de 20 anos, tendo sido fundador da American Cheese Society nos Estados Unidos. As entradas eram disponibilizadas meia hora antes da palestra, custando R$20 para as conferências com degustação e gratuitas para as sem.

II Prêmio Queijo Brasil

Os critérios do concurso

Aparência (casca), aroma, sabor e textura foram os itens pontuados pelos jurados. “Embora sejam avaliações muito pessoais, são sempre no sentido de fazer uma analise positiva do produto, por isso não existe limite para número de medalhas, mas para ter uma medalha de ouro a nota deve ser extremamente alta, nossa ideia é eleger os queijo de qualidade” explica Cabral, coordenador do concurso.

Em 2014, a maioria dos jurados eram chefs de cozinha, que têm sensibilidade gustativa, mas não tem o dia a dia do queijo artesanal brasileiro. Esse ano, dos 18 jurados, uma dúzia eram comerciantes de queijo. “O que nos deu mais segurança”, completa Bruno. Os outros foram Cênia Salles, Adriana Lucena e Marcelo Podestá, ambos da Slowfood, Ricardo Boscaro do Sebrae e mais três chefes de cozinha. Só 56 queijos não tiveram medalha. Os queijos não foram separados por família segundo sua fabricação. “Mas acho que isso deve ser pensado para a próxima edição, pois pode ter prejudicado queijos como o coalho e marajó” reconhece ele. Foi feita uma menção honrosa aos queijos dos produtores José Alves dos Santos (cabacinha), Marcus e Cecília Pinheiro (Marajó), pela sua importância na cultura alimentar brasileira, embora não tenham conseguido medalha.

Bruno observou que houve menos diversidade nessa edição, por exemplo só um queijo coalho, ao contrário de 13 no evento anterior. E não houve queijos serranos gaúchos dessa vez. No total, foram inscritos no concurso 140 queijos de leite cru e 94 pasteurizados, mas na lista das medalhas de ouro a proporção se inverteu, somente seis queijos de leite cru ganharam medalha de ouro, contra 11 pasteurizados.

Os OUROS

-Queijo Colonial de Ovelha – Gran Paladare
-Queijo Cacauzinho – Capril do Bosque
-Queijo Arupiara – Fazenda Carnaúba
-Queijo Dom Ariano – Fazenda Carnaúba
-Queijo Camembert de Cabra – CHEVRE D’OR – Serra das Antas
-Queijo Braz Matogrossense classico (maturação 4/5 meses) – Pollaccia Stefano
-Queijo Braz Matogrossense Reserva (maturação 18/24 meses) – Pollaccia Stefano
-Queijo Comté – Serra das Antas
-Queijo Gorgonzola Dolce – Serra das Antas
-Queijo Gruy – Stephan Severin Gahwiler
-Queijo Provola Canastra – Diego Fernandes Martins
-Queijo Tulha 18 meses – Fazenda Atalaia
-Queijo Porão – Fazenda Atalaia
-Queijo Figueira – Fazenda Atalaia
-Queijo Reblochon – Queijo com Sotaque
-Queijo Mantiqueira da Serra/Parmesão – Luiza Helena de Souza Nogueira
-Queijo Artesanal Serrano – Joacir Jacó Córdova

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