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Live da SerTãoBras discutiu importância regional do requeijão moreno

Realizada no último dia 20/02, a live quinzenal da SerTãoBras discutiu a importância do Requeijão Moreno para o Vale do Mucuri. Dentre os pontos discutidos, as convidadas: Neusa De Cola, produtora do requeijão no município de Malacacheta e Élida Brantes, membra aposentada da Emater – MG, debateram sobre o que é o requeijão moreno, como ele é produzido e quais são as etapas da produção. O bate papo foi mediado por Júlia Val, Mestre em Tecnologia, Ambiente e Sociedade com a dissertação “O perfil do requeijão moreno produzido no vale do Mucuri e sua importância socioeconômica”.

Em abril de 2024, a iguaria foi reconhecida pelo governo de Minas como um dos queijos artesanais do Estado, o que pode melhorar a qualidade de vida das famílias produtoras, assistidas pela Emater-MG.

Neusa destacou a importância do requeijão como sendo uma “joia em sua vida”, sendo passada de geração em geração na sua família. Apesar de suas irmãs dominarem as técnicas do requeijão, ela iniciou a produção após uma conversa com sua sogra, o que lhe ajudou no escoamento do leite de suas duas vacas. Indo além, a produção do requeijão moreno auxiliou na importância socioeconômica da família, já que com o dinheiro da sua produção, Neusa conseguiu pagar os estudos de seus filhos.

Além da “dedicação e carinho”, Neusa destaca que é necessário “ter paciencia, tirar um tempo para aquilo”, para garantir o sucesso da fabricação.

Atualmente, existem 13 municípios reconhecidos do requeijão moreno do Vale do Mucuri em Minas Gerais: Ataléia (1), Catuji (2), Franciscópolis (3), Frei Gaspar (4), Itaipé (5), Ladainha (6), Malacacheta (7), Novo Oriente de Minas (8), Ouro Verde de Minas (9), Pavão (10), Poté (11), Setubinha (12) e Teófilo Otoni (13).

Em um segundo momento da live, Élida falou das memórias afetivas do requeijão moreno que ela traz consigo, sendo uma memória que a transporta para reuniões familiares, “um espaço de afeto e carinho”. Membra aposentada do Emater – MG, ela também foi responsável por auxiliar na tese de mestrado que destacou a importância socioeconônima da iguaria para o vale do Mucuri. Vinda do nordeste de Minas, Élida sempre questionou porque o requeijão moreno não ganhava destaque como os queijos da região, começando ali sua empreitada para disseminar a cultura por trás da iguaria.

Ela acredita que o nomenclatura do queijo tenha trazido um diferencial para o requeijão, já que o nome remete às características daquele terroir. Indo muito além do seu modo de fazer, como também pelo manejo do gado e etc, ajudando nas nuances do produto – o tornando algo único.

Concomitante, Júlia destacou que o estudo em torno do produto, pode ajudar outros requeijões brasileiros a se destacarem,contando também a “história daquele povo”.

Além de um dossiê dos perfis de produtores de requeijão na 24ª edição da Profissão Queijeira, o requeijão moreno também foi tema do Blog Paladar, por Débora Pereira. Uma iguaria que veio para ficar …

As lives da SerTãoBras acontecem a cada 15 dias, sempre com um tema para auxiliar os produtores e debater assuntos que estão em pauta, sempre em nosso instagram. Confira nossas redes e fique por dentro para não perder nada.

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