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Por Gabriel Donato Andrade
2 de Dezembro de 2009
Dois livros sobre dois presidentes democratas carismáticos, que já comparei aqui na minha coluna semanal, são minha sugestão de leitura da semana.
A primeira é a coletânea dos discursos e escritos do presidente norte americano Abraham Lincoln, intitulado “Lincoln: His Speeches and Writings”, uma obra que, na sua totalidade, pode ser considerada a essência do pensamento e ideal democrático.
O segundo é o “Dicionário Lula – Um Presidente Exposto por Suas Próprias Palavras”, lançado em agosto, mas que só agora pude apreciar. Lula tem a favor dele a televisão, rádio e novos meios de comunicação, que multiplicam seus discursos, Lincoln precisou escrever.
Quando eu era mais novo e resolvi estudar inglês, como autodidata, comprei os discursos de Lincoln e me pus a decifrá-los. Ele foi realmente um grande homem. Quando assumiu a batalha contra a escravidão, que resultou na guerra da secessão, sete estados sulistas já haviam se separado dos Estados Unidos. Ele perdeu algumas batalhas inicialmente, mas no final, após quase cinco anos, ganhou a guerra civil.
Mais do que defender o fim da escravidão, Lincoln era uma homem de visão e sabia que os empresários do norte (que pagavam seus funcionários) não podiam competir com os produtos fabricados por escravos no sul do país. Se não fosse por ele, hoje os Estados Unidos estariam separados em duas nações. Conta-se que ele conseguiu, com seu carisma, convencer milhões de pessoas a mudarem suas opiniões.
Esse poder de carisma pode ser comparado ao do nosso presidente Lula. Com seus discursos, cheios de metáforas, ele consegue convencer milhares de pessoas, porque fala a linguagem do povo. Lula não publica escritos, como deixou Lincoln, mas fala muito bem de improviso. Fazendo ainda uma comparação mais ousada, e bem generalista, sobre pensadores que debatem a democracia desde a Grécia Antiga até os tempos modernos, Lula pode ser comparado a Sócrates, que não deixou nada escrito, e Lincoln a Platão, que deixou escritos que até hoje são lidos e traduzidos no mundo todo. Na Grécia, Sócrates desenvolveu seu pensamento junto ao povo, assim como Lula. Só que Lula vai ter um final bem mais feliz.