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Quem será o Melhor Queijista do Brasil 2024?

Diferentemente de outros concursos do setor lácteo, a competição que define quem é o Melhor Queijista do Brasil em 2024 avalia a paixão pelo ofício. É uma atração à parte na programação da 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, que acontece entre 11 e 14 de abril no Teatro B32, Avenida Faria Lima, em São Paulo.  

Voltada para comerciantes de queijo, chefs de cozinha e profissionais da cadeia do queijo artesanal ou industrial, as provas testarão – além do entusiasmo – o saber-fazer profissional, o conhecimento acerca das tecnologias queijeiras, a apresentação dos queijos à mesa, a capacidade de escolher e destacar os produtos, capacidade de venda, argumentação e defesa dos queijos e produtos lácteos. 

Vencedora da primeira edição do concurso, em 2022, a queijista Marina Cavechia, do Teta Cheese Bar (Brasília-DF), desbravou ao encarar com maestria provas que nunca haviam sido realizadas no Brasil. Ela relata que foi muito bom perceber o quanto o ofício é importante, pois este concurso existe para valorizar e dar destaque aos profissionais que trabalham com queijos sem estar na linha de produção. “É uma forma de fortalecer este elo tão importante da cadeia. Reconhece pessoas que de fato dão valor ao queijo, ao produtor, ao modo como ele é feito e os apresentam ao consumidor”, relata. 

Marina Cavechia, eleita melhor queijista do Brasil durante o Segundo Mundial do Queijo do Brasil, realizado em 2022.

O concurso tem a chancela do Concours de Meilleur Fromager du Monde do Mondial du Fromage de Tours na França e o vencedor tem sua vaga garantida para participar na próxima edição, na França, em 2024. O prêmio, além da visibilidade, é uma passagem de São Paulo para Paris para participar do evento francês no ano que vem. 

O presidente do concurso de Melhor Queijista do Brasil é Dominique Bouchait, Meilleur Ouvrier de France-MOF; e a comissária geral é Flávia Rogoski, queijista em Curitiba e uma das diretoras da SerTãoBras. As inscrições podem ser feitas no site do Mundial do Queijo do Brasil até o dia 15 de fevereiro. Os candidatos precisam ter pelo menos dois anos de experiência e passarão por uma pré-seleção através dos seus dossiês de candidatura descritos no regulamento. 

Durante as provas, que acontecerão nos dias 11 e 13 de abril, os jurados avaliarão as provas de apresentação oral, preparação culinária com queijo, conhecimentos gerais, preparação de uma tábua de queijos harmonizada com bebidas e alimentos e preparação de uma obra de arte queijeira com o tema “Casamento Fantastico”. Flávia Rogoski explica que o concurso vai medir técnicas, mas a ideia é analisar principalmente o trabalho realizado pelo candidato em sua atuação, a sua paixão em lidar com o queijo: “Algumas pessoas estão um pouco apreensivas, com receio dessas avaliações, mas vai ser divertido, certamente vale a pena participar”. 

Flávia destaca o que mudou no regulamento da competição de 2022 para a de 2024: não haverá mais a prova de escultura queijeira. “Isso foi uma sugestão do Dominique Bouchait, ele considera que fazer esculturas não é algo presente na vida cotidiana de um queijista”. Outras mudanças:  a apresentação do queijo preferido será feita no palco, para o público geral (não somente para os jurados) e haverá uma prova de Cultura Queijeira Geral em inglês ou francês na qual os candidatos responderão um questionário com 20 questões de múltipla escolha sobre a cultura queijeira geral e sobre queijos de Denominação de Origem Protegida e Indicação Geográfica.

“Essa prova de cultura queijeira em outro idioma se justifica porque o prêmio do vencedor é justamente uma passagem para concorrer no concurso de melhor queijeiro do mundo, na França. Portanto, nosso melhor queijista precisa se preparar para as provas que ele vai enfrentar representando o Brasil lá fora”, disse Débora Pereira, diretora geral do Mundial do Queijo.

Depois de ter vencido o concurso brasileiro em 2022 e participado também do concurso de melhor queijista no Mondial du Fromage de Tours, em setembro de 2023, Marina Cavechia ressalta que a troca de experiências e a bagagem profissional adquirida fizeram tudo valer a pena: “O antes da prova é tenso sim, a gente acha que não vai dar conta. Mas o durante é muito legal, quando a gente percebe que dá conta sim. E o depois é maravilhoso, porque a repercussão é muito bacana”.

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