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Queijos artesanais sofrem restrições em Cajazeiras – PB

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Extraído do site: alosertao.com.br

A preocupação dos produtores agora é para onde escoar a produção, já que grande parte do queijo era vendido nos supermercados

Depois da apreensão de queijos em Uberaba-MG, agora são os produtores de Cajazeiras, município situado no sertão Paraibano, que estão tendo problemas com o Procon. Na segunda quinzena de março, o Procon Estadual da Paraíba proibiu a venda nos supermercados da cidade de queijos artesanais, sem embalagem e registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O Procon afirma que os supermercados não podem vender produtos sem selo de qualidade. Os estabelecimentos que não obedecerem a norma receberão multas de até R$ 200 mil. De acordo com o Órgão,  por não existir nenhuma regularização estadual do alimento, os pequenos comerciantes não têm condições de dar informações necessárias sobre os queijos para que eles possam ser vendidos em supermercados. Contudo, a venda dos produtos continua liberada nas feiras livres.

Tal medida foi muito contestada pelos produtores que comercializam e tem sua renda mensal baseada nessa atividade. A preocupação destes agora é para onde escoar a produção, já que grande parte do queijo era vendido nos supermercados.

Na Paraíba existem mais de 50 municípios produtores de queijos artesanais, a grande maioria produz o queijo coalho e o chamado queijo-manteiga, também conhecido como requeijão do sertão. Os produtores estão distribuídos nas microrregiões de Catolé do Rocha, Cajazeiras, Sousa, Itaporanga, Patos, Piancó, Serra do Teixeira e Seridó Ocidental.

Segundo o produtor José de Sousa a ação do Procon acabou com a única fonte de renda e sustento da sua família. “Estou desesperado, a verdade é essa, porque eu vendia meus queijos para comprar a feira de casa”, declarou. Ele afirma que nenhum supermercado da cidade quer comprar o queijo, pois temem ser punidos pelo PROCON  com pesadas multas, como aconteceu na semana passada. “Eles têm razão porque não podem ter prejuízos, mas e nós, o que fazemos?”, indagou José.

Já a produtora Maria da Silva afirma que sem a venda do queijo vai passar dificuldades. “Olha, a gente compra uma vaca e cuida dela com tanto sacrifício para dela tirar nosso sustento, aí vem uma pessoa de João Pessoa e nos obriga a ficar sem fonte de renda”, disse indignada.

No dia 29 de março, várias entidades locais se reuniram para debater o assunto: SIMPRAC (Sindicato dos Produtores Rurais de Cajazeiras), Secretaria de Agricultura do Município, UMAC (União Municipal das Associações Comunitárias), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cajazeiras, Secretaria de Desenvovimento Humano do Município, PROCON municipal, Vigilância Sanitária, CERVARP, EMATER, CMDR (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural), dentre outras.

Diante da pressão, o Ministério Público liberou temporariamente a venda do produto até que seja realizado um seminário no munícipio –  ainda sem data marcada – visando regulamentar a atividade, bem como adaptar os produtores às normas do Ministério da Agricultura. Segundo a diretora estadual do Procon, Klébia Ludgério,  “o caso serve para fortalecer o debate sobre a qualidade dos produtos vendidos ao consumidor no Estado. O seminário será a oportunidade para os produtores se regularizarem”.

Conheça os queijos que estão no centro da discussão

Queijo Coalho

Queijo coalho: caracteriza-se por ser um queijo de massa branca, pouco salgado e levemente ácido. Dependendo do tempo de maturação, sua casca é praticamente uniforme com a massa interna. Geralmente é vendido em formato retangular, pesando 3kg, em blocos de 6 kg ou ainda em fatias com peso de 0,08 kg. Uma outra característica é o não derretimento ao aquecer, o que faz com que este possa ser assado e tostado. É popular e tradicional no nordeste brasileiro.

queijo-manteija

Queijo-manteiga: conhecido também com requeijão do sertão ou requeijão do norte. Caracteriza-se por ser um queijo de massa amarelada, com sabor adocicado, levemente ácido. Sua textura é pouco elástica com pequenos e poucos buracos. É um produto resultante da fusão de massa de coalhada de leite, filada e salgada, com manteiga derretida (óleo de manteiga). Seu formato mais comum é o  quadrado. Possui um casca firme e rugosa, quase sempre untada com manteiga. Seu peso vária de 2 a 12 kg.

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