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Parmesão à mineira (e bem vestido)

por Eduardo Girão, do blog do Girão (jornal Estado de Minas)

Com prazer, fui um dos primeiros a experimentar o Faixa Dourada, novo parmesão produzido em Alagoa, no Sul de Minas. Queijo muito bom, elaborado com leite cru de vaca e em campos por volta dos 1.100 metros de altitude, na Serra da Mantiqueira. Tem aroma marcante (tem coisas que só o leite cru faz pela gente…) e sabor algo pungente, marcado por gostosa sensação salgadinha. Persiste na boca. É curado por pelo menos 20 dias e tem massa firme, sem ser dura, cedendo sem dificuldade à facas menos afiadas. Alto, não passa de um quilo. Funciona muito bem como aperitivo.

A história começa de maneira engraçada, pois para recebê-lo aqui no jornal pedi que fosse embalado de maneira discreta, para que não chamasse a atenção de quem não deve até chegar à minha mesa, aqui na redação. Veja no que deu:

Que capricho essa caixa de sapato! Adorei! Parabéns ao designer! Falando nisso, não posso deixar de parabenizar também a criação da embalagem do Faixa Dourada, que valoriza o produto, a exemplo do que falei aqui outro dia. Olha ele aí:

Estima-se que a produção de queijo em Alagoa tenha começado há pelo menos um século. Só o parmesão fresco produzido pelo mesmo laticínio do Faixa Dourada tem 40 anos de história. Os queijeiros responsáveis por ele se aposentaram ou estão para fazê-lo, mas continuam trabalhando todo o dia, mantendo viva a tradição.

A produção começa de manhã com ordenha e adição de coalho. A massa é separada do soro e colocada em fôrmas, seguindo para prensa com a finalidade de extrair o soro. No dia seguinte, os queijos vão para estágio de três ou quatro dias em salmoura. A salga seca acontece na sequência, durante dois ou três dias. Por fim, permanece em câmara fria (15ºC) por cinco a dez dias.

A diferença do Faixa Dourada para o parmesão mais simples produzido pelo mesmo laticínio é somente o tempo de cura, que no Faixa Dourada é maior – além da embalagem, claro. Vale lembrar que não é um parmesão nos moldes do italiano parmiggiano-reggiano: sabor, aroma e textura totalmente diferentes, sem a nota adocicada no paladar, nem aqueles cristais na massa, por exemplo.

A empresa que comercializa o Faixa Dourada na internet chama-se Queijo d’Alagoa e o vende sob encomenda por R$ 30 (o pamesão menos curado, que não experimentei, sai por R$ 22). O custo de envio para BH e interior de Minas Gerais é de R$ 14, em média, com prazo de quatro dias úteis. Se for para fora de Minas , fica em torno de R$ 17. Para visitar o site, clique aqui.

Também é possível comprá-lo em lojas físicas. Em BH, o queijo está na Salumeria Central (Rua Sapucaí, 527, Floresta; 31 2552-0154). Fora do estado, é encontrado em Brasília (Empório Albamonte), São Paulo (mestre queijeiro Bruno Cabral: bruno@mestrequeijeiro.com.br); Rio de Janeiro (Das Gerais Empório, Casa Carandaí e, em breve, Mundo Verde) e na cidade gaúcha de Antônio Prado (Comércio Cappellari).

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