O III Prêmio Queijos do Brasil divulgou o resultado dos vencedores entre os 405 queijos concorrentes no Memorial da América Latina, em São Paulo. Foram 5 Super Ouro, 40 Ouro, 98 Prata e 156 bronze, num total de 299 diplomas distribuídos aos produtores presentes. “Esse ano foi muito legal, fizemos um treinamento antes com os jurados, as características de cada queijo foram avaliadas, o que possibilitou valorizar a regionalidade brasileira, tivemos prêmio para o Cerrado e o Seridó, por exemplo, foi muito bacana“, contou Falco Bondini, comerciante da Galeria do Queijo em São Paulo.
A novidade dessa edição é que cada queijo recebeu um parecer com sua avaliação pelos jurados. O corpo de jurados foi dividido em dois grupos, técnico e gustativo, que avaliaram o seguintes critérios: Aspecto/Aparência, Olfato/Aromas, Textura e Sabor.
Os queijos começaram com nota máxima para o corpo técnico e foram perdendo pontos à medida que os defeitos foram sendo identificados. Em seguida, o corpo gustativo avaliou os queijos “com um olhar mais comercial, buscando qualidades gustativas e olfativas, possibilidades de receitas gastronômicas” (regulamento do concurso). Nessa segunda etapa os queijo começaram a avaliação com a nota mínima, que foi aumentando com as qualidades encontradas. A soma total desta avaliação foi determinante para qual premiação o queijo vai receber.
“A ideia deste novo formato do Prêmio Queijo Brasil é oferecer algo a mais para o produtor. Além do reconhecimento por medalha pelo bom trabalho e qualidade do queijo, também oferecer um pouco de conhecimento desta outra ótica, o ponto de vista técnico e comercial.” III Prêmio Queijos do Brasil
A chef de cozinha Maria Conceição Oliveira contou da sua participação como jurada no seu facebook: “Acaba de ser divulgada a premiação do melhor queijo do Brasil, fiz parte da banca que escolheu esse queijo sensacional, o coesta reserva, é bom que se diga que queijo bom não existe só em Minas, tive a oportunidade de experimentar queijos muito elaborados do Brasil inteiro. Esse queijo que ganhou o ouro é da cidade de Pardinho no interior de São Paulo, ele tem múltiplas nuances requintadas.”
A fazenda Pardinho faz parte do coletivo Caminho do Queijo Artesanal Paulista, que ficou em primeiro lugar de números de prêmios com 1 super ouro, 8 ouros, 16 pratas 16 e 17 Bronze, totalizando 42 . Isso mostra que a estratégia dos paulistas em investir com tudo na inovação, principalmente por não terem região queijeira tradicional, funciona muito bem.
O segundo lugar, em termos de região, ficou para a Canastra. Foram 41 diplomas ao todo.
A Associação dos Produtores do Queijo do Serro APAQS alcançou 28 prêmios.
Os queijos de zebu reforçam sua presença no concurso. É a terceira vez que os produtores Inês e Joaquim da Fazenda Carnaúba ganham ouro. Nessa edição, cinco produtores levaram 11 prêmios: 1 ouro, 7 pratas e 3 bronzes, da Fazenda Carnaúba, Estância Silvania, Pardinho Artesanal, Fazenda Nova América e Queijo do Gir. “Foi o melhor evento do queijo artesanal brasileiro“, comemorou Camila da Estância Silvania premiada no III Prêmio Queijo Brasil com 5 prêmios de Prata e 1 de Bronze… ” e é o primeiro concurso que participamos!” disse a criadora de Gir leiteiro.
O Cerrado levou 8 medalhas, 1 ouro do produtor Ronaldo Pereira da Silva (Patos de Minas), 4 bronzes do produtor Wellington Casquinha e outros dois do produtor Elias Cortês, da Queijaria Vô Joaquim.
Araxá levou 4 ouros (Ana Paula, Alexandre Honorato, Marly Leite de Sacramento e Reinaldo) e 4 bronzes (Ronaldo Lemos, de Campos Altos, Joel e Marly e Alexandre Honorato, 2), além da Super Ouro de Reinaldo Lima.
Super Ouro foram só cinco
- Azul do Capril do Bosque. Da produtora Heloisa Collins, que estava impossibilitada de comparecer devido à um problema de saúde não grave.
- Terruá Faixa de Carvão. Do Produtor Edson Cardoso de Barbacena, do Capril Rancho das Vertentes, associado da SerTãoBras.
- Queijo de Araxá. Do produtor Reinaldo Lima.
- Parmesão Serra das Antas. Categoria Queijo Maturado Pasteurizado. Fabricado por Airton e Waldeci Costa em Bueno Brandão, da cidadede 10 mil habitantes na divisa com a cidade de Socorro, em São Paulo. Eles são produtores desde 1989. “Eu gostaria de fazer queijo de leite cru, mas a legislação dificulta isso, se um dia eu puder fabricar sem pasteurizar, vou ter que adaptar minha tecnologia à qualidade do leite para garantir sempre a mesma qualidade do produto” explicou Airton. O diferencial do seu parmesão é que o leite é um pouco mais gordo, com maturação mínima de 1 ano.
- Queijo Faixa Dourada. Do produtor Márcio Martins de Barros de Alagoa e curado por Osvaldo Filho, do queijo d’Alagoa.
O Prêmio Queijo Brasil é organizado pela COMERQUEIJO (Associação de Comerciantes de Queijos Artesanais Brasileiros).
2 Comentários
Faltou comentar da região Campo das Vertentes, que levou várias medalhas, ouro, prata e bronze!!!
No Cerrado participamos com 10 exemplares, fomos agraciados com 8 medalhas, 1 de ouro, 1 de prata e 6 bronzes, uma bela participação não é msm!