Com 29 bilhões litros por ano, é o país que mais cresce em produção e em produtividade.
Além de o leite ser um importante componente da alimentação humana, sua cadeia de valor constitui importante fonte de renda e de empregos.
A atividade leiteira está presente em 1,3 milhão de propriedades, o que corresponde a 25% dos estabelecimentos rurais brasileiros.
As unidades produtivas abrigam 4 milhões de trabalhadores em todo o país.
As pequenas propriedades representam 80% dos estabelecimentos. É uma atividade que desempenha papel preponderante nas propriedades onde prevalece o trabalho familiar.
Nos segmentos de transporte, processamento e distribuição de leite e derivados, para cada R$ 1 gerado em leite há aumento de R$ 5 no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.
A cada R$ 1 milhão em produtos lácteos comercializados, há a geração de aproximadamente 200 empregos.
A atividade leiteira consome 80% do sêmen bovino comercializado no território nacional, além de defensivos animais, como carrapaticidas, vermífugos e antibióticos. E consome aproximadamente 10% de todo o concentrado (rações) produzido para a alimentação animal.
A produção de leite está, portanto, diretamente relacionada a outros segmentos do agronegócio, como as cadeias produtivas do milho, da soja, da laranja, do trigo, da mandioca e da cana-de-açúcar, ao utilizar esses produtos e seus subprodutos na alimentação do rebanho.
O leite possibilita a agregação de valor de várias formas, podendo ser pasteurizado ou transformado em queijos, em iogurtes, em manteiga, em leite em pó e em creme de leite.
Além disso, é utilizado na indústria de alimentos, em massas, em doces e em outros produtos.
Para a produção eficiente de lácteos é necessário que todos os elos da cadeia produtiva do agronegócio executem suas atividades em consonância.
Para atingir os atuais níveis de produção, o produtor brasileiro está atento a aspectos relacionados à nutrição, à reprodução e à sanidade.
Ele necessita de insumos adequados, como equipamentos, genética animal, medicamentos e alimentos, para fornecer matéria-prima de qualidade.
E a indústria precisa estabelecer procedimentos adequados para assegurar a agregação de valor e a oferta de alimentos saudáveis e nutritivos para os consumidores, pois estes estão cada vez mais informados e mais exigentes.
MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI é médico veterinário, doutor e supervisor do sistema de leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, São Paulo).
Fonte: Folha de São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010